Apesar da alta na produção e exportação, alto custo de faz margem do produtor cair
Reconhecida internacionalmente, a força do agro brasileiro se reflete em números extensos. Só em 2023, a agropecuária movimentou cerca de R$ 680 bilhões. A safra 2022/23 foi recorde, com alta de 15% — o maior da série histórica — e que o ajudou a alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) do país, que fechou em 2,9%.
Há anos, as culturas de soja e milho se destacam. Desde 2000, com a inclusão de tecnologia de ponta nas lavouras, houve crescimento da produção e ganho de produtividade. A soja, no ano passado, aumentou 27,1% e o milho 19%. Nesse cenário, uma cidade do interior do Mato Grosso tem no nome um sentimento que vem traduzindo o sentimento de seus moradores: Sorriso.
Há cinco anos, o município mato-grossense de menos de 100 mil habitantes responde sozinho por 1,4% de toda a soja e milho produzidos no Brasil. Além de algodão herbáceo (em caroço) e feijão. Em valor de produção, a cidade chegou a um montante de R$ 11,5 bilhões.
PIB aumentou, mas a margem dos produtores não
O resultado positivo em 2023 é resultado da safra 2022, e segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, o Brasil aumenta a todo ano a safra pois ainda tem muita terra onde plantar. “Somos um dos únicos países que ainda temos potencial para aumentar”, acrescenta.
Apesar disso, o cenário não é apenas de vitórias. Segundo o diretor-executivo, o real cenário para o produtor não é apenas de comemorações. “A gente tem um aumento de PIB, mas com custos muito altos e o produtor acabou ficando numa margem muito baixa, até com prejuízo. Estamos num momento muito ruim. Nos anos anteriores, estávamos num momento positivo, de comemoração. Mas hoje, tanto agricultura quanto pecuária, estão com preços não remuneratórios.”
O diretor-executivo da Abramilho explica que, mesmo com o aumento da produção e das vendas, o alto custo de produção acaba reduzindo muito a margem de lucro do produtor.
O que faz do Brasil um campeão de exportações:
O Brasil é hoje o maior produtor e exportador de soja do mundo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade média chega a 55,5 sacas por hectares com potencial de crescimento. Isso porque ainda existem muitos locais de pastagens degradadas — que podem ser usados no futuro para a expansão da lavoura, sem desmatamento. Especialista em direito econômico, o advogado Alessandro Azzoni explica que chegamos a esse nível por termos nos adequado às certificações exigidas internacionalmente.
“Os nossos produtos são muito bem referenciados lá fora. A qualidade do grão da soja, do milho, frutas, carnes. Nossa proteína tem uma qualificação muito grande — desde o frango, boi, suínos. E o mundo é consumidor.”
Entre os principais compradores do agro brasileiros, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estão China (31,9%), União Europeia (16,1%) e Estados Unidos (6,6%).
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