O Ibama abriu processo para reavaliação da substância Tiametoxam, um neonicotinoide que é o quinto inseticida de maior valor de mercado global. O produto corre o risco de ser banido pelo órgão ambiental federal mesmo que não haja um substituto à altura para os agricultores protegerem as lavouras, o que pode significar enormes prejuízos à produção agrícola, elevação dos custos e menor eficiência no combate a pragas.
Os neonicotinoides são inseticidas usados para o controle do percevejo, do bicudo e da cigarrinha, que atacam soja, algodão e milho, respectivamente. São produtos eficientes e menos tóxicos do que outros disponíveis no mercado.
No entanto, a proibição dos neonicotinoides no continente europeu não reverteu a diminuição da população de abelhas. Os cientistas ainda não encontraram uma causa específica para o fenômeno no Hemisfério Norte, mas identificaram um conjunto de fatores, dentre os quais a falta de habitat, água, poluição, doenças e outros pesticidas.
Processo similar ao do Tiametoxam já aconteceu no caso do herbicida Paraquate, que foi banido no Brasil mas continua sendo utilizado nos países que são os concorrentes diretos na produção de soja. Na União Europeia, apesar do banimento dos neonicotinoides, há mais de 200 pedidos de estados-membro para a emissão de autorizações emergenciais para uso desses produtos. Nos Estados Unidos eles são proibidos, mas eles seguem com permissão de uso na Austrália, Canadá, Paraguai e Argentina.
Ainda assim, em seu parecer técnico, o Ibama proíbe a aplicação dos produtos sobre as folhas e restringe o seu uso para o tratamento de sementes.
Com esta decisão, o Ibama ignora normas antigas e novas sobre o registro de inseticida. Pelo regulamento atual (Lei 14.785/2023), aprovado no Congresso Nacional, não cabe ao Ibama tomar esta decisão unilateralmente. Caberia, sim, ao Ministério da Agricultura, de posse das informações geradas pelo órgão ambiental, tomar as decisões técnicas e regulatórias mais adequadas ao caso, propor medidas de mitigação para manter o produto ou, se fosse o caso, proibir a aplicação foliar.
Aliás, em seu parecer final, nas linhas 5795 a 5802, o órgão admite que as abelhas não estão morrendo. “(…) Contudo é importante chamar a atenção para o fato de que não há, no Brasil, registros oficiais de casos em que o uso autorizado desse agente químico tenha sido, comprovadamente, a causa da mortalidade de abelhas (…)”
O órgão ambiental federal desconsidera ainda que mais de 200 mil agricultores e trabalhadores rurais recebem treinamento do setor privado sobre aplicação de O Ibama abriu processo para reavaliação da substância Tiametoxam, um neonicotinoide que é o quinto inseticida de maior valor de mercado global. todos os anos e que o Governo Federal, através do Programa Aplicador Legal, vai capacitar dois milhões de aplicadores em cinco anos. Ou seja, os agricultores brasileiros são reconhecidos pela adoção de boas práticas e pela aplicação de pesticidas de forma técnica e segura.
(Por Aprosoja Brasil)
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