Após dificuldades financeiras no ramo das flores, produtores reformam parte da infraestrutura para investir na fruta, com auxílio do SENAR-PR
O casal Antonio Maia Junior e Vania Alvarez Maia, de Arapoti, na região Centro Oriental do Paraná, passou mais de uma década trabalhando no ramo de flores. Primeiro, em uma floricultura em Curitiba. Depois, produzindo as plantas por meio de um negócio próprio na terra natal, projeto desenvolvido em 2019, durante a participação no Programa Empreendedor Rural (PER), do Sistema FAEP/SENAR-PR. No início de 2023, após alguns meses com baixo movimento e dificuldades financeiras, o casal decidiu diversificar o negócio com o cultivo de morango.
A escolha não foi por acaso. O casal, que já possuía uma infraestrutura para a produção de flores, reaproveitou uma das seis estufas para começar o cultivo de morangos em slabs. Nessa técnica, as mudas são plantadas em sacos plásticos, também chamados de travesseiros, preenchidos com substrato, que ficam dispostos sobre bancadas em ambiente protegido.
“No final do ano passado caiu o movimento das flores e foi batendo uma incerteza em continuar investindo no negócio. Aí abriu inscrição do curso de morango do SENAR-PR, oportunidade perfeita para abrir nossos horizontes. Nós estávamos com uma estufa praticamente vazia, no meio do curso estávamos aprendendo a instalação e já começamos a mudança”, conta Vania.
Para realizar a adaptação da infraestrutura, também não foi necessário investir em mão de obra. Como a mãe de Vania é proprietária de uma serraria, o casal sempre esteve acostumado a fazer trabalhos manuais por conta própria. Com a estufa reformada, iniciaram o plantio de 2 mil mudas de morango em junho.
“O curso ajudou a escolher as importadoras e já encomendamos tudo. O SENAR-PR realmente nos deu um passo a passo do que precisávamos fazer. Foi um aprendizado enorme”, destaca Vania.
“São mudas que duram de dois a três anos com alto potencial de produtividade. Não é uma cultura que troca todo ano. Foi uma escolha perfeita para a nossa situação, principalmente porque já tínhamos a estrutura. Ainda estamos produzindo flores nas outras estufas e a renda do morango vai entrar toda semana”, diz Vania Alvarez Maia, produtora em Arapoti.
Segundo Vania, a escassez de produtores de morango em Arapoti também foi um dos pontos que incentivou a decisão do casal. Há carência no mercado interno, pois quase a totalidade do produto vendido no município vem de fora. Por isso, a princípio, o foco do casal é vender apenas na região, em mercados, feiras, panificadoras e confeitarias, além do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
(Por FAEP)
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