Em 2023, quase 12 mil novos caminhões foram licenciados no Paraná, segundo a Fenabrave. O número equivale a 9,58% de todos os veículos pesados deste segmento no Brasil, que totalizaram 104 mil no mesmo período. Esse resultado é fruto do protagonismo de empresas deste segmento, que apostam em tecnologia e sustentabilidade.
Em 2023, quase 12 mil novos caminhões foram licenciados no Paraná, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade que representa o setor. O número equivale a 9,58% de todos os veículos pesados deste segmento no Brasil, que totalizaram 104 mil no mesmo período. O volume do Estado é o maior da região Sul do País, à frente de Santa Catarina, que registrou 9,3 mil licenciamentos de caminhões em 2023, e Rio Grande do Sul, com aproximadamente 8,3 mil.
Esse resultado é fruto do protagonismo de empresas deste segmento: a sueca Volvo, cuja fábrica de caminhões está localizada em Curitiba, e a holandesa DAF, que produz a partir de sua fábrica em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, tiveram um ano de grandes números. As empresas também estão buscando cada vez mais sustentabilidade na cadeia, a exemplo da Scania, que tem parcerias "verdes" com a Compagas e o Grupo Potencial, também instalado no Paraná, com o lançamento de um caminhão movido a biodiesel.
Em 2023, a DAF Caminhões cresceu 22,8% em número de veículos licenciados, após investir quase R$ 400 milhões nos últimos anos. Segundo o diretor comercial da empresa no Brasil, Luis Gambim, o resultado foi possível graças a uma estratégia de antecipação da adaptação dos novos veículos a serem comercializados dentro de um novo padrão de emissão de poluentes.
Já o Grupo Potencial e a Scania iniciaram em dezembro de 2023 a operação com o primeiro caminhão movido a biodiesel do País no trajeto entre a Usina de Biodiesel da Companhia, na Lapa, e o Porto de Paranaguá. O veículo do projeto-piloto, fabricado em 2019, recebeu um investimento de R$ 20 mil para ser adaptado, o que permite a redução de 95% na emissão de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa.
Após o projeto-piloto, o grupo empresarial vai investir R$ 26,4 milhões para a compra de 24 novos caminhões flex que funcionarão com biocombustível e diesel comum. Em uma segunda etapa, a intenção é buscar realizar parcerias com as demais montadoras para converter o restante da frota, de 150 caminhões.
“Nosso principal objetivo é reduzir nossa emissão de gases de efeito estufa e trazer a transição energética para o setor de combustíveis. No segundo trimestre já devemos ter mais 24 unidades movidas a biodiesel”, relata o vice-presidente do Grupo Potencial, Carlos Eduardo Hammerschmidt.
O Grupo Potencial e a Scania iniciaram em dezembro de 2023 a operação com o primeiro caminhão movido a biodiesel do País. Divulgação/Grupo Potencial
MERCADO DE CAMINHÕES – Segundo informações mais recentes da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego, referentes ao final de 2021, o segmento de veículos pesados, que além de caminhões também inclui ônibus, emprega mais de 4,5 mil trabalhadores diretos.
Atualmente, além da Volvo e da DAF, o Estado conta com uma fábrica da Tatrabras, da República Tcheca, em Ponta Grossa. A empresa foi trazida ao Brasil por uma iniciativa do Governo do Paraná em 2020 e atualmente está focada no mercado bélico. As brasileiras Hitech Electric, que atua na construção de caminhões elétricos em Campo Largo, e Mascarello, que fabrica ônibus em Cascavel, completam a lista de grandes empregadores do setor.
MERCADO AUTOMOTIVO – O segmento de veículos pesados de carga reflete um cenário parecido com o mercado geral de automóveis no Brasil, em que o Paraná também possui papel de destaque, como um grande polo produtor e exportador, com empresas como Renault-Nissan, Audi e Volkswagen.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que o número de veículos emplacados no Estado passou de 140 mil em 2022 para 155 mil em 2023, um crescimento de 10,7%, acima da variação nacional, que foi de 9,7% (de 2,1 milhões para 2,3 milhões no período).
Com o volume de licenciamentos, o Paraná foi o terceiro estado com maior participação geral em nível nacional, atrás apenas de São Paulo, com 607 mil emplacamentos, e de Minas Gerais, com 527 mil unidades.
Para 2024, a Anfavea projeta vendas de 2,45 milhões de automóveis no Brasil, uma elevação de 7% sobre 2023. Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de 6,6% para automóveis e comerciais leves, e de 14,1% para veículos pesados.
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