Três meses depois da publicação do estudo que mostra que 51% dos municípios brasileiros estão endividados, o cenário — na reta final de 2023 — segue preocupante quando o assunto é a questão fiscal dos municípios.
As mobilizações municipalistas pressionam o governo federal para conseguir projetos de lei e de emenda à Constituição que sejam capazes de reduzir o efeito que a redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) causou nas contas públicas dessas cidades.
Para pressionar o Congresso, Quinho — como é conhecido o prefeito de Belo Campo e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) — esteve em Brasília esta semana e acompanhou de perto a aprovação, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, do PL 334/2023 que desonera a folha de pagamento de 17 segmentos da economia. O texto do projeto traz uma emenda que reduz a alíquota de INSS das prefeituras — de até 142 mil habitantes — de 20% para 8%.
Outra vitória municipalista conquistada essa semana é a sanção do PLP 136/2023, que recompõe os repasses do FPM por conta das quedas sofridas entre julho e setembro — e compensa estados e municípios pelo que deixou de ser arrecadado com a desoneração do ICMS dos combustíveis em 2022.
Principais projetos ainda no Congresso
PEC 45/2019 da Reforma Tributária que prevê a reformulação do sistema tributário com a simplificação da arrecadação de tributos e distribuição dos recursos entre União, estados e municípios;
PEC 468/2010 que permite às Câmaras Municipais proporem PECs
PEC 25/2022 prevê repasse adicional de 1,5% do FPM aos municípios nos meses de março;
PEC 40/2023 prevê aumento do FPM durante 24 meses. No primeiro ano, os valores teriam acréscimo de 2% no repasse mensal; já no segundo ano, esse aumento cairia para 1%.
PEC 27/2023 que cria o Fundo Sul, um fundo constitucional destinado a fortalecer projetos e propostas para o desenvolvimento social e econômico de municípios com baixo IDH da Região Sul
“Para melhorar o Brasil de uma forma geral, a melhor forma que tem é tratar os municípios pequenos e médios com mais carinho, mais respeito e com uma distribuição mais equânime de recursos arrecadados pela União. Então, uma mudança no Pacto Federativo também — para fazer uma redistribuição desses recurso — é muito importante e é uma das pautas que a gente discute também; é onde trabalhamos mais forte.”
Dias melhores no futuro
O assessor de orçamento Cesar Lima prevê um cenário diferente para 2024. Segundo as expectativas de mercado divulgadas pelo Banco Central para o próximo ano, o futuro é mais animador do que foi em 2023.
Essa esperança é baseada no sucesso da Reforma Tributária que tramita hoje no Congresso e deve ser votada até o fim do ano. Para o assessor, aumentar a base de arrecadação e reduzir a sonegação de impostos será muito positivo para os municípios.
Fonte: Brasil 61
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