Lula é eleito presidente do Brasil pela terceira vez, após prisão e duelo com Bolsonaro


Por Jan Niklas, Renan Damasceno e Sérgio Roxo — Rio e São Paulo

Vinte anos depois de sua primeira eleição, e doze de encerrar seu segundo mandato, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito neste domingo presidente do Brasil. Com 50,83% dos votos válidos, em 98,81% das urnas apuradas às 19h55 deste domingo, o ex-torneiro mecânico, de 77 anos, que há duas décadas se tornou o primeiro operário a governar o país, confirmou sua volta ao Palácio do Planalto em 2023, em um novo capítulo de uma trajetória singular na política brasileira.

A vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL) em uma das mais acirradas disputas pelo Palácio do Planalto ganha contornos históricos ao dar uma nova chance ao Partido dos Trabalhadores e à biografia do próprio eleito, que completa hoje um ciclo de reabilitação política e de reinvenção pessoal.

Depois de deixar a Presidência, em 2010, com 87% de aprovação (2010), o petista viu sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), sofrer um processo de impeachment (2016); ficou preso por 580 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (2018-2019); teve as condenações anuladas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF); e, 1.087 dias depois de deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, torna-se o primeiro brasileiro da História a ser eleito três vezes para o principal cargo do Executivo.

No momento da confirmação, neste domingo, o petista já ultrapassava a barreira de 59 milhões de votos — superando os 46,6 milhões (48,6%), de 2006, sua melhor marca nesta fase das eleições até então. O petista também impôs a Bolsonaro a inédita derrota de um presidente que concorria à reeleição no cargo. O atual ocupante do Planalto não conseguiu superar a alta rejeição (sempre em torno de 50% ao longo da campanha).

Lula e Bolsonaro no debate da Globo — Foto: Lula e Bolsonaro no debate da Globo / Reprodução

A conquista do fundador e principal líder do PT vem após uma campanha que gerou expectativas frustradas de se resolver já no primeiro turno. A disputa se acirrou com um crescimento surpreendente de Bolsonaro às vésperas da primeira rodada, no dia 2 de outubro. Impulsionado pela injeção de bilhões de reais na economia com medidas como o aumento do Auxílio Brasil, o Auxílio Gás e a antecipação do 13º dos aposentados, o atual presidente chegou ao segundo turno com fôlego para encostar no petista. Mas não foi suficiente.

O uso da máquina e as estratégias de campanha do candidato do PL, como o apelo religioso e o discurso anticorrupção para potencializar o antipetismo, não foram suficientes para superar o favoritismo de Lula. Ao longo do último mês, a diferença entre os dois se manteve estável no patamar de seis a oito pontos a favor do ex-presidente, de acordo com as pesquisas do Ipec.

FONTE: O GLOBO.

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