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Enfermeiros do Hospital nossa Senhora das Graças protestam no semáforo.
Foto: Djalma Malaquias/Banda B.
Os profissionais da enfermagem de vários hospitais públicos e particulares de Curitiba aderem à paralisação nacional em protesto contra a suspensão do piso salarial para a categoria, nesta quarta-feira (21).
Na última sexta-feira (16), o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a lei, por 7 votos a 3, até que as entidades informem as fontes de custeio. O prazo é de 60 dias.
Na capital paranaense, enfermeiros estão mobilizados desde as 6h em frente a diversos hospitais, como Nossa Senhora das Graças, Cajuru, Trabalhador, Evangélico, Cruz Vermelha, Marcelino Champagnat, de Clínicas.
“Os profissionais da saúde estão reunidos aqui hoje indignados com a decisão do STF, que barrou nosso piso por 60 dias. […] Queremos chamar a sociedade e mostrar a real importância da enfermagem dentro do serviço hospitalar. Queremos, no mínimo, a valorização digna dentro da categoria”,afirma Fabio Gaspar, representante do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba (Sindesc).
A entidade que representa os enfermeiros garante que o atendimento corre normalmente nos hospitais, apesar da mobilização de grande parte dos profissionais. E que o ato está dentro da legalidade.
Assista ao vídeo com a manifestação dos enfermeiros do Nossa Senhora das Graças:
“É um direito que a gente tem, isso está previsto em Constituição. Não é ilegal, é autorizada pela Justiça. Estamos protestando como um direito que nós temos. […] Sempre dizem nos bastidores que o serviço está sendo prejudicado. Isso não é verdade, porque foi determinado por uma liminar, alguns setores 50%, outros 90%. Então, em setores críticos, como pronto-atendimento e UTI, está tendo atendimento sim”,afirma Gaspar.
A paralisação foi convocada pelo Fórum Nacional da Enfermagem (FNE) para todo o país na semana passada. Ela deve durar 24 horas. Na capital paranaense, os atos seguem em frente aos hospitais e uma concentração de todos é prevista a partir das 16h na Boca Maldita.
Atendimento nos hospitais
A greve de 24 horas é concentrada em 12 hospitais de Curitiba e região, de acordo com o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar). A entidade informou nesta manhã, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, que tomou conhecimento da decisão da categoria pela realização do ato em 15 de setembro e levou a questão ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região.
“Após mediação infrutífera, o tribunal determinou que os trabalhadores mantenham-se em atividade no contingente mínimo de 90% nas áreas críticas, 70% em bancos de sangue, laboratórios e hemodiálise e 50% nas demais áreas. Com a decisão, os hospitais se organizaram para garantir a assistência aos pacientes internados e àqueles que procurarem atendimento durante o período de greve”, afirma a nota.
A reportagem da Banda B está em contato com vários hospitais de Curitiba. Em princípio, não há registros de impactos significativos aos serviços nas entidades nesta manhã de quarta.
O Hospital Nossa Senhora das Graças informou, por meio de assessoria de imprensa, que estão “organizando internamente com uma média de 75% do quadro de enfermagem”. O Hospital Marcelino Champagnat, o Hospital do Trabalhador e o Hospital Universitário Cajuru afirmaram que a manifestação não causa impacto no atendimento.
O Complexo do Hospital de Clínicas da UFPR informou que uma comissão trabalha para avaliação, período a período, dos impactos em seu quadro de profissionais, que os serviços essenciais estão mantidos e que as cirurgias de emergência e eletivas essenciais continuam sendo realizadas.
O Hospital Pequeno Príncipe admitiu que já na terça-feira (20) e nesta quarta, foram adiadas cerca de 45 cirurgias eletivas e a adesão no setor do Centro Cirúrgico foi de 50%. no restante do hospital, a adesão foi de 26%.
A Banda B aguarda retorno do Hospital Evangélico Mackenzie e Hospital do Rocio (Campo Largo). A rede pública municipal não foi atingida, segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde.
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Manifestação em frente ao Hospital Cajuru.
Foto: Colaboração.
Entre as entidades que representam os profissionais da enfermagem, o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren), por meio de assessoria de imprensa, manifesta apoio aos profissionais.
“O sistema Cofen e Conselhos regionais reconhece e apoia a reivindicação dos profissionais de Enfermagem para a efetivação do Piso Salarial Nacional da classe. Queremos o cumprimento da Lei 14.434.”
A Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa) informou que, por enquanto, não vai se manifestar.
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