Segundo uma pesquisa sobre ampliação do uso do Pix como forma de pagamento, 66% dos entrevistados já fizeram pagamentos para profissionais liberais e trabalhadores informais via Pix. Além disso, 72% das transações são feitas entre pessoas físicas. É o que mostra o estudo “Pix no Brasil: Cenário e Oportunidades” da Capco, consultoria global do Grupo Wipro.
A pesquisa indica que a ferramenta vem criando novas oportunidades de negócio e facilitando operações para consumidores, empreendedores e até pessoas físicas que fazem transações usuais do dia a dia. Quem pode confirmar essa análise na prática é Ana Rayssa da Silva, fotógrafa do Distrito Federal que atua no próprio negócio e tinha dificuldades com pagamentos por TED ou DOCs.
“Antes era muito problemático depender das transferências bancárias. Primeiro por causa dos horários. Ficávamos presos nos horários dos bancos e, muitas vezes, era necessário esperar até o dia seguinte para o dinheiro cair na conta. Isso prejudicava o fluxo do controle de caixa”, conta.
Antes do PIX também havia as taxas de transferência entre bancos diferentes, que ela avalia como um outro problema. “Agora, com o Pix, tudo melhorou. Não tem mais taxa de transferência e, principalmente, estamos livres da dependência do horário bancário. O que facilita não só a vida do fornecedor mas também a do cliente, que não fica ansioso sem saber se o dinheiro caiu ou não”, pontua.
A pesquisa ainda mostra cenários que podem ser estudados para um melhor desenvolvimento da ferramenta. A possibilidade de parcelar compras com Pix, por exemplo, está nos planos do Banco Central para 2023. Quase metade dos entrevistados do levantamento, 40%, indicam que ficariam mais propensos a migrar dos pagamentos em cartão para o Pix com esse parcelamento.
O uso dos cartões de crédito ou débito ainda é preferido hoje por 66% dos entrevistados, que justificaram os sistemas de recompensas como argumento pela preferência, como programa de fidelidade, descontos e cashback, entre outros. A segurança dos pagamentos com Pix também vem sendo debatida.
A pesquisa conclui que, apesar da grande aceitação e eficiência em transferências de dinheiro, o Pix precisa de alguns ajustes para atingir todo o potencial como meio de pagamentos no varejo. Fatores como o tempo para realização das operações e a falta de recompensas do sistema, como acontece com os cartões de crédito, são alguns dos exemplos de implementação que beneficiariam ainda mais a utilização.
“Nossa análise indica que o tempo que o cliente leva para realizar um pagamento via Pix pode ser até duas vezes maior na comparação com outros meios de pagamentos físicos. É essencial, portanto, que as instituições financeiras otimizem suas jornadas de operação do Pix, reduzindo o tempo necessário para a realização de pagamento por este meio”, destaca Aline Lemos, consultora da Capco Brasil.
O que é Pix
Yuri Bezerra, advogado especialista em Direito Civil, explica o surgimento dessa ferramenta.
“O sistema de pagamento Pix foi instituído pelo Banco Central e teve início de transações em 16 de novembro de 2020. A proposta inicial é a criação de um sistema eletrônico que possibilite transações de valores 24 horas por dia, sete dias por semana, sem a cobrança de taxas e de forma instantânea. A ideia inicial desse sistema é possibilitar transações eletrônicas de valores como se fosse uma verdadeira troca de valores cara a cara, em substituição ao TED e ao DOS”, conceitua.
Jonas Sales, advogado diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor e vice-presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/DF, ressalta que uma das dicas importantes para manter a segurança é se atentar aos dados pessoais das chaves.
“Sempre utilizar aquela chave aleatória, aquela chave que você faz na hora ali no aplicativo. Porque se você passa seu CPF ou seu número de telefone, isso facilita com que um possível golpista tenha mais facilidade de acesso aos seus outros dados. E com isso pode praticar condutas criminosas”, aconselha.
Fonte: Brasil 61
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