As mães pedem mais atenção e políticas públicas voltadas exclusivamente para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo essas mães, elas enfrentam dificuldade em ter acesso à tratamentos de saúde como fisioterapia, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, nutricionista, terapias ocupacionais e neuropediatra, pois o município alega 'não ter responsabilidade sobre esses serviços já que as crianças são alunos da APAE'. Nem todo ser humano é autista, mas todo autista é um ser humano, disse Isabel, uma das lideres do grupo em entrevista ao Voz do Povo.
ASSISTA A ENTREVISTA NO VÍDEO ABAIXO:
O autismo, é cientificamente conhecido como Transtorno do Espectro Autista, é um transtorno no desenvolvimento neurológico da criança que gera alterações na comunicação, dificuldade ou ausência de interação social e mudanças no comportamento, sendo geralmente identificado entre os 12 e 24 meses de idade.
Pessoas com autismo podem apresentar algumas características específicas, como manter pouco contato visual, ter dificuldade para falar ou expressar ideias e sentimentos, e ficar desconfortável em meio a outras pessoas, além de poder apresentar comportamentos repetitivos, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás, por exemplo.
É importante ressaltar que o autismo não é uma doença, mas sim um modo diferente de se expressar e reagir, que, apesar de não ter cura, não se agrava com o avanço da idade. No entanto, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores serão a qualidade de vida e a autonomia da pessoa.
Principais sinais e sintomas
Alguns dos principais sinais e sintomas que caracterizam o autismo incluem:
Dificuldade na interação social, mantendo pouco contato visual, expressão facial ou gestos, ter dificuldade em fazer amigos, e em expressar ideias e emoções;
Prejuízo na comunicação, como ter dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, compreender o ponto de vista de outras pessoas, entender figuras de linguagem, humor ou sarcasmo, manter um tom de voz monótona (parecendo um robô), ou deixar de responder ou demorar a responder quando chamado;
Alterações comportamentais, como não saber brincar de faz de conta, ficar aborrecido com pequenas mudanças nos hábitos ou ter muito interesse por algo muito específico, como a asa de um avião ou números;
Comportamentos repetitivos, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás e repetir várias vezes algumas palavras ou frases.
Além disso, pessoas com autismo também podem ter dificuldade para dormir e apresentar nervosismo ou agitação frequentes. Estes sinais podem ser tão leves que algumas vezes acabam passando despercebidos, mas também podem ser moderados a graves, interferindo no comportamento e na comunicação.
Apesar dos desafios, as pessoas com autismo também podem apresentar muitas qualidades, como conseguir se lembrar por muito tempo de detalhes e acontecimentos, ter facilidade para aprender a ler e ter boas habilidades com músicas, números e arte, por exemplo.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de autismo em crianças e adolescentes deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir pediatra, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo e neuropsicólogo, e geralmente é feito através da observação da criança, de informações sobre a idade dos pais, gestação e parto, e da realização de alguns testes de diagnóstico, como exame de sangue e testes auditivos.
Já em adultos, o diagnóstico pode ser um pouco mais difícil, pois os sintomas do autismo são similares a outros transtornos, como ansiedade ou transtorno de déficit de atenção. Por isso, ao perceber sinais e sintomas, como dificuldade de interação social e comunicação ou comportamentos repetitivos, é aconselhado passar por uma consulta com um neuropsicólogo ou psiquiatra, para que seja feita uma avaliação adequada.
O autismo muitas vezes pode ser leve e confundido com timidez, falta de atenção ou “esquisitice”. Por isso, em caso de dúvidas, é recomendado realizar uma consulta com um médico para fazer uma avaliação e indicar o tratamento mais adequado.
O que causa o autismo
As causas do autismo ainda não são totalmente conhecidas, no entanto estudos mais atuais sugerem que os fatores genéticos, hereditários e ambientais, são os principais relacionados com o desenvolvimento do transtorno.
Algumas das possíveis causas do autismo incluem:
Causa hereditária: pessoas com irmãos com a síndrome, apresentam um maior risco de desenvolver autismo;
Doenças genéticas: ter algumas doenças genéticas, como síndrome de Down, síndrome do X frágil, síndrome de Rett e esclerose tuberosa, podem aumentar as chances de desenvolver o autismo;
Fatores ambientais, como gravidez de alto risco, pais com idade avançada, parto induzido, consumo de bebidas alcoólicas, tabaco, medicamentos ou outras drogas durante a gestação, ou baixo peso ao nascer.
Outros fatores ambientais que podem estar relacionados com o desenvolvimento autismo incluem a exposição, durante a gestação, a compostos tóxicos, como inseticidas com DDT, bifenilospoliclorados (PCBs), chumbo e mercúrio inorgânico, por exemplo.
Como é feito o tratamento
Apesar do autismo não ter cura, o tratamento, quando realizado corretamente, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida, a capacidade de comunicação e a autonomia da pessoa.
O tratamento do autismo deve ser feito somente com acompanhamento de um médico e varia de acordo com as necessidades individuais, podendo incluir:
Uso de medicamentos e suplementos, como risperidona, aripiprazol, melatonina, probióticos e ômega 3;
Sessões de fonoaudiologia, para melhorar a fala e a comunicação;
Terapia comportamental, para facilitar as atividades diárias;
Terapia de grupo, para melhorar a socialização.
Além disso, também é aconselhado manter uma dieta balanceada, que pode ajudar a melhorar o sono, diminuir a irritabilidade e melhorar o apetite
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