Roubos de carga caem no Brasil, mas dão prejuízo de R$ 1,2 bilhão em 2020


O número de registros de ocorrências de roubos de carga está caindo no Brasil. É o que aponta o estudo anual feito pela Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística) divulgado nesta segunda-feira (3). Houve 14.150 registros de ocorrências em rodovias e áreas urbanas do País em 2020. Ou seja, houve queda de 23% em relação a 2019, quando foram registrados 18.400 casos. No entanto, o cenário é preocupante. Os prejuízos somam R$1,2 bilhão.

Contudo, o total de prejuízos em 2020 é menor do que de anos anteriores. Segundo a NTC, em 2019 o prejuízo foi de R$ 1,3 bilhão. Ao passo que em 2018 foi de R$ 1,4 bilhão. E em 2017, R$ 1,5 bilhão.

A evolução anual mostra, portanto, que os números de roubos de carga estão em queda. Em 2018, foram 22.200 registros de ocorrências. E em 2017, 25.950 casos. O estudo anual é feito há mais de duas décadas a partir de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Além disso, inclui informações de empresas transportadoras, seguradoras e departamentos de polícia.

Alimentos, combustíveis e remédios são os mais visados
De acordo com o estudo, os itens mais visados em 2020 foram produtos alimentícios, combustíveis, farmacêuticos e têxteis. Entram também na lista cigarros, eletroeletrônicos, bebidas e defensivos agrícolas.

Um dos motivos para a queda nas ocorrências é o combate mais eficiente ao crime. Ou seja, das ações mais intensiva de segurança pública em todos os Estados do Brasil. Segundo o assessor de segurança da NTC, coronel Roberto de Souza.

Em entrevista ao Estradão no ano passado, o porta-voz da PRF em São Paulo, Flávio Catarucci já havia citado o maior esforço nas operações contra roubo de carga em todo o País. Segundo ele, em 2020 a Operação Tamoio evitou prejuízo superior a R$ 1 bilhão. “Graças a apreensões e prisões de bandidos. Além disso, mais mil policiais se integraram às equipes de fiscalização”, diz.
Investimento em segurança

Segundo Catarucci, as mudanças vão além dos novos agentes que passaram a atuar em 2020. Ou seja, foram implementadas técnicas mais modernas de fiscalização e controle.

A PRF também vem orientando os caminhoneiros. O objetivo é evitar ou, pelo menos, minimizar a exposição dos profissionais a situações de risco. “O caminhoneiro é o elo mais sensível dessa corrente e precisamos dar mais atenção a isso”, diz.

Entre as orientações há dicas simples, mas que muitas vezes são negligenciadas. É o caso de não dar carona a desconhecidos. Outra regra básica é evitar comentar com estranhos sobre o tipo e valor da carga que está sendo transportada, bem como o destino do frete.

Investimento em segurança aumenta preço do frete
De acordo com o cel. Souza, os investimentos de empresas transportadoras em gerenciamento de risco e em sistemas de segurança também ajudaram a reduzir o número de roubos. “Hoje as empresas investem entre 12% e 14% do faturamento em tecnologias de gerenciamento para evitar prejuízos”, diz.

No entanto, ele alerta para o efeito colateral que é o custo disso. “No fim, o preço acaba sendo repassado ao consumidor final porque o transporte fica mais aro e isso encarece produto. É por isso que eu sempre digo que o roubo de carga é um problema de toda a sociedade.”

O Grupo Scapini é um exemplo de transportadora que aumentou os investimento em sistemas de rastreamento. Diretor comercial da empresa, Lucas Scapini diz que em 2020 a alta foi de 15% em comparação com os valores aplicados em 2019. “A empresa também contratou mais profissionais para a área de gerenciamento de riscos. Estamos em constante contato com órgãos públicos para criar medidas de cooperação”, diz.



Mais roubos no Sudeste
O levantamento da NTC&Logística mostra que, das 14.159 ocorrências, 81,33% foram registradas na região Sudeste. Nesse sentido, São Paulo foi o Estado campeão de roubos, com 41,80% do total de registros. O Rio de Janeiro responde por 35,21% dos registros de roubos no Sudeste em 2020.

O Sul foi a segunda região com mais registros de roubos de carga em 2020. Ou seja, 8.89% das ocorrências. Depois vêm Nordeste, com 6.66%, Centro-Oeste, com 1.91%, e Norte, com 1.21% do total.


Prejuízos por Região
Apesar de ser a região com mais registros de roubo, o Sudeste também vem apresentando queda no número de ocorrências nos últimos anos. Em 2017, somou 22.212 casos. Em 2018, foram 18.809 e em 2019, 15.490. Todas as outras regiões apresentaram redução nos números.

O Sudeste também lidera o “ranking” de roubo em valores. Nesse sentido, em 2020 a região respondeu por 70,93% do total, ou seja R$ 887,9 milhões.

Em seguida vêm o Sul, com 10,49% (R$ 131,3 milhões) e o Nordeste, com 10,16% (R$ 127,2 milhões). O Centro-Oeste responde por 5,07% (R$ 63,5 milhões) e o Norte, por 3,35% (R$ 41,8 milhões).

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