Fraudes em licitações, falsidade em documentos, peculato e concussão são alguns dos crimes investigados pela Promotoria de Justiça de Mangueirinha, que culminaram na “Operação Companheiros”, deflagrada nesta quarta-feira (14) pelo Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Conforme o promotor titular da Comarca de Mangueirinha, José de Oliveira Junior, as investigações constataram irregularidades em licitações para obras de pavimentação. Dos onze mandados cumpridos, seis foram em Mangueirinha, na sede da prefeitura municipal e nas residências do prefeito, do vice, do procurador do Município e do responsável pelo Departamento Municipal de Obras.
Em Chopinzinho, os alvos foram a residência e a empresa de um empreiteiro. No município de Palmas, foram realizadas buscas na residência e nas empresas também de um empreiteiro.
De acordo com o promotor, uma das principais irregularidades investigadas é o direcionamento de licitações. “O objetivo era beneficiar companheiros do prefeito (de Mangueirinha), daí o nome da operação.
O prefeito também teria solicitado vantagens indevidas, exigindo que o vencedor da licitação fracionasse o objeto da licitação com alguns companheiros políticos”, revelou, citando ainda supostas irregularidades relacionadas a consertos de veículos.
Durante os trabalhos de buscas, também foram encontrados documentos referentes à realização do evento Mang Fest 2018, que também apresenta suspeita de irregularidades. “Para beneficiar um empresário aliado, o Poder Executivo teria deixado de realizar licitação e concedido a exploração do evento para esse empresário. Tentando justificar essa atitude, a prefeitura apresentou documento ao Ministério Público, mas hoje, durante a operação, nos encontramos os documentos verdadeiros. Ou seja, foram apresentados documentos falsos ao Ministério Público”, apontou.
Além disso, nas casas do prefeito e do vice foram apreendidas armas de fogo e munição.Inclusive, segundo o promotor, as munições encontradas na casa do prefeito são de origem estrangeira, o que complica a situação. Ele só não foi preso por que encontra-se em viagem. Já na casa de um empresário investigado foram apreendidos U$ 19 mil (Dezenove mil dólares).
As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, a pedido do Ministério Público. Apesar das apreensões realizadas, ninguém foi preso. O promotor garante que a investigação terá continuidade e, por enquanto, prefeito e vice se mantém no cargo.
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