Agência Smart com transações financeiras sem circulação de papel moeda é uma das alternativas do Sicredi para chegar aos pequenos municípios
Possibilitar a inclusão financeira nas pequenas comunidades é um desafio para as instituições financeiras, especialmente em países com dimensões continentais como o Brasil. Em todo o País, 376 municípios não possuem dependências bancárias. O número divulgado pelo Banco Central do Brasil, em abril de 2019, revela a dificuldade que moradores de alguma regiões têm para o acesso aos serviços financeiros, impactando diretamente o desenvolvimento dos pequenos municípios.
Na contramão dos bancos, o Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 4 milhões de associados, investe cada vez mais na abertura de novos pontos de atendimento. Atualmente, já são 1.700 agências em todo o País, 400 somente no Paraná, formando a maior rede de atendimento do estado e a única opção para moradores de 60 municípios. Em Cafeara, no interior do Paraná, o modelo de agência (Smart) desenvolvido pela Sicredi União PR/SP possibilitou a inclusão financeira de 2.540 habitantes do município. O impacto positivo gerado na comunidade local, fez deste projeto um dos 36 finalistas, de um total de 800 inscritos, do 1º Prêmio ODS Pacto Global. A iniciativa ligada à ONU reconhece práticas empresariais e de ensino que colaboram para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sejam alcançados.
Com o reconhecimento, o case de Cafeara figura no banco de Boas Práticas do Pacto Global e a Sicredi União PR/SP foi convidada a apresentar o projeto na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Na cerimônia, no dia 16 de julho, às 12h35 (horário de Brasília), o diretor executivo da Sicredi União PR/SP, Rogério Machado, falará sobre os diferenciais da iniciativa que possibilitaram a inclusão financeira dos moradores.
A instalação da agência em um município de pequeno porte como Cafeara foi possível graças ao modelo inovador empregado pela cooperativa. Construída a partir de contêineres, a agência Smart atende aos associados a partir do conceito cashless cities, ou seja, cidades sem dinheiro. A alternativa garante a sustentabilidade do negócio e facilita o acesso da população aos serviços bancários, além de diminuir a circulação de dinheiro em espécie na cidade, colaborando para maior segurança do associado.
“A iniciativa democratiza o acesso aos produtos financeiros e possibilita que os moradores tenham acesso a um ponto de atendimento onde podem ter suas necessidades atendidas. Além disso, nossos associados contam com conta corrente, cartão de crédito, aplicativo mobile e internet banking sem custos. Também fizemos um trabalho no comércio local, instalando maquininhas para aceitar os cartões de débito e crédito. Assim, o ciclo está fechado: o cidadão recebe seu salário pela conta do Sicredi, usa o cartão no comércio local e não é preciso sacar o dinheiro em espécie. Temos como missão agregar renda nas comunidades onde atuamos, e este é um exemplo prático e concreto disso”, explica o diretor executivo da Sicredi União PR/SP, Rogério Machado.
Para estimular o hábito de pagamento eletrônico em pequenos municípios, como Cafeara, a Sicredi União PR/SP também tem implementado ações junto à comunidade para a realização de cursos de capacitação e inclusão digital gratuita. Desde a abertura da agência, em 2018, até agora foram habilitadas 12 maquininhas no município que possui 28 empresas formalizadas.
Promovendo a inclusão financeira, o modelo de agência de Cafeara já está sendo replicado em outros municípios do Paraná e de São Paulo e contempla ao menos sete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o oitavo e o nono que tratam respectivamente de trabalho decente e crescimento econômico e a indústria, inovação e infraestrutura.
Para o presidente Nacional do Sistema Sicredi e da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Dasenbrock, iniciativas como essa geram uma transformação na comunidade reafirmando os princípios do cooperativismo. “Com atuação mais próxima ao nosso associado oferecemos soluções financeiras mais adequadas e ajudamos a agregar renda garantindo também o desenvolvimento econômico nas regiões onde atuamos. Esse é o conceito cooperativista que promove o ciclo virtuoso. Além disso, ao se aproximar de uma população que até então não tinha fácil acesso às agências, percebemos o quanto podemos fazer a diferença para uma sociedade mais justa e igualitária”, finaliza.
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