Somente para Curitiba, a previsão é de que sejam criados cerca de cinco mil novos postos de trabalho ao longo do ano
Por Marquezan Araújo
Após enfrentar recessão desde 2014, o mercado da construção civil no Paraná pode apresentar uma recuperação em 2019. De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado (Sinduscon-PR), esse avanço pode remeter ao aumento da empregabilidade dentro do setor.
Somente para Curitiba, a previsão é de que sejam criados cerca de cinco mil novos postos de trabalho ao longo do ano, além da manutenção de mais de 90% dos empregos que já existem. Os investimentos no setor devem ultrapassar R$ 1,5 bilhão.
Segundo o vice-presidente do Bando de Dados do Sinduscon-PR, Marcos Kahtalian, o aumento da confiança dos consumidores é o principal responsável para essas estimativas. “Isso já se verificou no último trimestre do ano passado, quando nós verificamos um maior volume de lançamentos imobiliários no Paraná”, avalia.
No momento em que o País registra uma taxa de desemprego de 12% (12,7 milhões de pessoas desocupadas), segundo o IBGE, esse quadro pode ser mais ameno no Paraná, justamente pelas contratações previstas para obras no estado.
“Em 2019 e 2020, com a expectativa dos investimentos em infraestrutura, através de concessão e PPP (Parcerias Público-Privada), acreditamos que a construção civil vai ter um maior volume de contratação, reduzindo o desemprego”, afirma Kahtalian.
O mesmo otimismo é notado entre o empresariado do setor. Dono da H Franck Construção Civil, empresa de médio porte que atua em Curitiba e na região metropolitana da capital, Hamilton Pinheiro, de 64 anos, afirma que vai fazer três lançamentos no primeiro semestre, impulsionado justamente pela retomada do mercado.
De acordo com o empresário, essa movimentação vai demandar, no mínimo, 150 novos profissionais diretos, o que, automaticamente, acarreta em mais pessoas empregadas. “A gente sabe que para cada funcionário direto, a gente gera mais quatro empregos indiretos”.
Poder Público
Ainda de acordo com o vice-presidente do Sinduscon-PR, o setor da construção civil aguarda sinalizações do poder público para que os investimentos na área sejam ampliados.
Ele citou como exemplo de projetos que ajudam nesse sentido a chamada lei do distrato imobiliário, em vigor desde dezembro do ano passado. Entre outras coisas, a norma prevê que o comprador de um imóvel que desistir do negócio poderá perder até 50% dos valores que pagou para a construtora.
Para Kahtalian, o Legislativo Nacional ainda precisa aprovar outras matérias favoráveis ao setor, como por exemplo, a reforma da Previdência. “A provação da reforma aumenta a confiança do investidor, dessa forma aumenta o volume de construções e o emprego”, disse.
Questionado sobre medidas que podem contribuir para o avanço da construção civil no estado, o deputado Federal Evandro Roman (PSD-PR) afirmou que espera uma injeção de recursos por parte do governo, para que essa verba seja colocada à disposição da população.
“Principalmente das pessoas que tenham maior necessidade de ter a casa própria. Facilitando o crédito, aumenta o setor da construção civil no estado do Paraná”, afirma o congressista.
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