Após frequentar cursos do SENAR-PR, produtor focou na qualidade e já foi premiado
A mudança foi imediata. Assim que, em 2017, concluiu o curso “Manejo de Gado de Leite” oferecido pelo SENAR-PR, o produtor Sílvio Garcia passou a implantar as técnicas e práticas abordadas ao longo da capacitação em sua propriedade. A nova visão fez com que ele contemplasse a atividade de uma forma diferente. O pecuarista passou a apostar em qualidade e, um ano e meio depois, já seria reconhecido pelo leite que produz. Ele esteve entre os produtores do Norte Pioneiro premiados pela cooperativa Capal, sediada em Arapoti.
“[O curso] deu outra visão, em relação a toda a atividade, as instalações, ao rebanho. Depois, muitas coisas mudaram na propriedade e isso teve um reflexo na qualidade e um impacto econômico muito bom”, diz Garcia, de 55 anos, dono de uma propriedade em Joaquim Távora.
Garcia vem de uma família que já se dedicava à pecuária leiteira. Após se afastar da atividade por um período, ele decidiu retomar a produção em 2011. Recomeçou com 11 cabeças e comercializava o leite com base na quantidade produzida. Nos anos seguintes, surgiu a possibilidade de passar a vender o produto pela qualidade a um laticínio que passaria a captar na região. Mas faltava qualificação para deflagrar o gatilho da mudança do processo.
“Eu sempre quis fazer o curso de manejo do SENAR-PR. Mas como éramos apenas eu e um funcionário, ficava difícil sair da propriedade. Aí, meu filho, que estava estudando fora, voltou a Joaquim Távora e passou a ajudar. Isso abriu possibilidade de eu fazer o curso”, conta.
O pecuarista frequentou a capacitação no Centro de Treinamento de Pecuaristas (CTP) de Castro, nos Campos Gerais. Ao longo de cinco dias, teve acesso a técnicas de manejo de todas as etapas da produção leiteira, na teoria e na prática. Assim que o curso terminou, Garcia não teve dúvidas: inscreveu o filho para a próxima turma.
“As mudanças começaram já no dia seguinte. Nós mudamos alguns processos de higiene e de limpeza nos tetos da vaca antes da ordenha. Isso teve um impacto na contagem bacteriana total [a CBT, um dos indicadores da qualidade do leite]”, ressalta o pecuarista.
Hoje, o rebanho de Garcia conta com 75 cabeças (entre animais secos e em lactação), que tem uma produtividade média de 22 litros/dia por animal. O avanço na produção pode ser medido pela melhoria expressiva dos principais indicadores que medem a qualidade do leite. Antes dos cursos, o produto apresentava contagem bacteriana entre 11 a 15 por mil UFC. Hoje, o índice gira em torno de 3 a 5 por mil UFC.
Ainda assim, Garcia não parou por aí. Logo em seguida, se inscreveu no curso de “Inseminação Artificial na Bovinocultura de Leite”, também do SENAR-PR. O produtor já tinha um botijão em que armazenava sêmen, mas precisava pagar um especialista para inseminar as vacas. “Depois do treinamento, eu mesmo comecei a fazer este serviço e reduzi o custo de produção”, observa.
Olhando em retrospecto, Garcia tem a percepção que seu negócio deu um salto graças à capacitação. Hoje, ele percebe que fez um ótimo negócio ao apostar na qualidade da produção. “A qualidade não é um bicho-de-sete-cabeças. Não está ligada a equipamentos de primeira linha, a animais de alta linhagem. Está ligada a manejo, higiene e equipamentos que o produtor já tem disponíveis. Por isso a capacitação é tão importante”, avalia.
Prêmio
Sílvio Garcia está entre os nove produtores do Norte Pioneiro certificados pela Capal por terem apresentado melhor qualidade do leite. O produto foi avaliado a partir de índices, como Contagem de Células Somáticas (CCS) – que indica a sanidade do rebanho – e Contagem Bacteriana Total (CBT) – cujos resultados estão associados a boas práticas de manejo e higiene. Os participantes fazem parte do grupo de pecuaristas que integram o convênio da cooperativa com o laticínio Jussara, que tem uma unidade de recebimento em Santo Antônio da Platina.
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