O Paraná é o primeiro Estado do Brasil a criar um projeto de responsabilidade social e ambiental que unifica as ações do governo estadual e estrutura os municípios para implantarem a coleta seletiva de resíduos sólidos. Cento e vinte municípios já foram beneficiados desde 2015 com a criação do Sistema Integrado de Coleta Seletiva (Reciclo Paraná).
A meta é atender todos os 399 paranaenses municípios até o final de 2018. Em três anos, o Estado já liberou R$ 60 milhões para compra de caminhões específicos para coleta, maquinários para separação dos resíduos e conjuntos de carrinhos de coleta e cestos de lixo reciclável. Só neste ano foram atendidos 87 municípios, com R$ 22 milhões. O programa é coordenado pelo Instituto das Águas Paraná, que atua junto com a Sanepar e o Programa de Voluntariado do Paraná (Provopar).
Além de estruturar os municípios, o Reciclo Paraná também envolve ações de educação ambiental e de capacitação dos catadores. Com apoio da Sanepar, Provopar e da Itaipu Binacional, eles recebem cursos e palestras sobre organização administrativa, física e comercial. Também são realizadas campanhas de conscientização junto à população para a separação diária do lixo.
“Na última fase, orientamos e incentivamos os municípios para que façam a concessão do sistema de coleta seletiva por 20 anos para a cooperativa ou associação de catadores. Isso garantirá que haja continuidade do projeto, mesmo com trocas de governo”, explica o presidente do Instituto Águas Paraná, Iram Rezende.
“É o programa com maior amplitude do país, pois propõe uma solução definitiva para a coleta seletiva e trabalha a questão como política pública. Temos um ciclo completo, com ganhos sociais e ambientais muito grande”, afirma Rezende.
CONTRAPARTIDA – Como contrapartida às ações do Governo Estadual, o município constrói barracões para abrigar a unidade de processamento dos materiais e se responsabiliza pela manutenção dos equipamentos e organização da cooperativa de catadores, que vai administrar a compra e venda dos materiais reciclados.
Programa garante mais emprego e renda às famílias de catadores
O programa também gera emprego, aumenta a renda das famílias de catadores e melhora as condições de trabalho. Eles passam a ser recicladores, pois a coleta dos materiais de porta em porta é feita exclusivamente pelo caminhão. “Como o volume de materiais entregue nos barracões é superior ao coletado individualmente, as venda são mais substanciais”, diz o presidente do Instituto das Águas. “Com a coleta regular, os cidadãos se sentem motivados a participar da separação do lixo. É um ciclo completo.”
Em Sertanópolis (Norte) cerca de 27% do resíduo produzido é reciclado - um total de 40 toneladas por mês. A previsão é aumentar em 25% o volume. A cidade já recebeu o caminhão e está prestes a instalar os novos equipamentos de triagem doados pelo Governo. “Assim que estejam funcionando esperamos chegar perto de 35%. Vamos aumentar o volume de material triado, a renda das famílias que já trabalham com a reciclagem e abrir novas vagas na cooperativa”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Vigilância Sanitária, Bruno Brocoli. Hoje 10 famílias trabalham na cooperativa e a renda média mensal dos recicladores é R$ 1300,00.
Guaratuba, no Litoral, também é conveniada ao Reciclo Paraná e com o apoio do governo implantou o projeto de reciclagem de plásticos utilizados na produção de banana que antes era descartado no lixo convencional. “Com o caminhão conseguimos atender as áreas agrícolas. Coletamos os plásticos da produção de bananas, levamos até a usina de reciclagem e convertemos em renda para as pessoas”, afirmou.
Desde a adoção do programa cinco novas famílias passaram a ter renda integral pela coleta seletiva. “Guaratuba tem uma sazonalidade muito grande de população, passamos de 40 mil para 300 mil pessoas na temporada e mesmo assim consegue absorver a demanda do lixo com muita qualidade”, diz o prefeito Roberto Justus.
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