Inadimplência atinge quase 59 milhões de brasileiros negativados em fevereiro, mostram SPC Brasil e CNDL


Uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aponta que 58,9 milhões de brasileiros estão com o nome sujo. Isso significa que, em termos percentuais, 39,25% dos brasileiros estão negativados. Os órgãos estimam que, em um ano, houve um saldo de 900 mil consumidores que passaram a fazer parte de listas de restrição de crédito. De acordo com o levantamento feito nas 27 unidades da federação, a faixa etária que apresenta maior frequência de inadimplência é entre 30 e 39 anos, como explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

“A maior frequência está entre 30 e 39 anos. São cerca de 50% da população, nesta faixa etária, está com o nome sujo, está negativado. Isto acontece porque nesta fase da vida em que as pessoas mais tomam grandes dívidas: comprar apartamento, carro, tem filhos na escola, enfim... é uma fase em que as responsabilidades financeiras são muito grandes. Isto acaba fazendo com que este consumidor com muitas dívidas a pagar e, potencializado pela crise econômica acaba ficando inadimplente.”

Vale destacar ainda que uma quantidade significativa das pessoas entre 40 e 49 anos também está inadimplente. Em números absolutos, são quase 13 milhões de pessoas; além dos consumidores de 25 a 39 anos, que corresponde a quase 8 milhões de pessoas negativadas. O Superintendente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Everton Correia, destaca que o fenômeno de desaceleração do crescimento da inadimplência vem desde o segundo trimestre de 2016 e é influenciado pelo cenário recessivo.

“A desaceleração da inadimplência está ocorrendo neste momento em virtude da queda na demanda por crédito e não por outros fatores, como melhoria de renda ou melhoria do emprego... Este fenômeno vem acontecendo desde o segundo trimestre de 2016 em virtude da recessão. Quer dizer, a recessão está sendo tão aguda que a demanda por crédito caiu vertiginosamente e isto afeta o ritmo da inadimplência.”


A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma que o planejamento é a melhor forma para melhorar para sair da inadimplência.

“A principal recomendação é planejar. Então para quem já está com dívida em atraso é importante se planejar para cortar gastos e para redirecionar estes gastos para o pagamento de dívidas. Importante lembrar que muitas vezes, para o pagamento de contas um pouco maiores, de valores maiores, é necessário vender algum bem ou até mesmo usar, por exemplo, o valor do FGTS para este pagamento.”

Já o Superintendente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Everton Correia, sugere que as compras sejam feitas à vista.

“Procure fazer as suas compras à vista. A vantagem é você sempre conseguir um bom desconto. Mas e se for uma compra mais elevada que não cabe na minha renda presente, naquele momento? Então, prioriza. Ou seja, compra o que for estritamente necessário. Porque há uma perspectiva de que nos próximos meses nós comecemos a sair desta recessão e aí vai ser o momento mais adequado para que o consumidor possa melhorar a sua renda média, pagar as suas dívidas e voltar a usar o crédito.”

Segundo o indicador, a Região Norte concentra o maior número relativo de inadimplentes, já que os 5,27 milhões de negativados representam 45,25% de sua população. E a região com menor número relativo de negativados é a Sul, com 37,06%, ou 8,25 milhões de residentes adultos nesta situação.

Reportagem, Cintia Moreira

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