Mês foi bastante seco em todo o Estado. A média estadual de precipitação foi de 37,6 mm, enquanto a média histórica é de 88,6 mm. A agricultura foi afetada pela estiagem e altas temperaturas. Além disso, ocorreram duas incursões de massas polares que provocaram geadas em grande parte do Estado.
Foto: IAT |
Agosto foi um mês bastante seco no Paraná. Em geral, o cenário agrícola do Paraná em agosto foi desfavorável devido a condições climáticas adversas, como secas e geadas. O clima seco favoreceu o aumento da incidência de focos de incêndio na zona rural do Estado. Os dados são do Boletim Agrometeorológico elaborado pelo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e técnicos do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), com apoio do Simepar.
A precipitação foi um pouco maior no Litoral, Norte e em partes das regiões Oeste e da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), variando entre 45 e 77 mm, mas ainda assim considerada baixa. Nas demais áreas do Estado, o total acumulado não ultrapassou 41 mm. O maior volume de precipitação mensal foi registrado em Guaraqueçaba, no Litoral, com 77 mm, enquanto o menor índice foi de apenas 7,2 mm, em Ubiratã, no Oeste do Estado.
Segundo o boletim, as precipitação em todo o Estado foram significativamente inferiores à média histórica. O Sudoeste e o Sul registraram os menores acumulados de chuva, com déficits de 86,4 mm e 69,3 mm, respectivamente. O Litoral, embora tenha sido a região menos afetada pela seca, também apresentou um déficit de 37,7 mm. As demais regiões apresentaram condições intermediárias em relação à quantidade de chuva. A média estadual de precipitação foi de 37,6 mm, enquanto a média histórica é de 88,6 mm.
Confira a média de precipitações:
Confira o balanço das chuvas:
TEMPERATURAS – De maneira geral, as temperaturas máximas ficaram acima da média histórica, exceto no Litoral e em uma pequena região no extremo oeste paranaense. No Litoral, por exemplo, a temperatura máxima foi 1 °C abaixo da média histórica. Por outro lado, as demais regiões apresentaram temperaturas entre 1º a 3º C acima da média histórica. A maior temperatura máxima média de agosto foi de 29,1°C, em Cambará, no Norte do Estado. Enquanto que a menor temperatura máxima média ocorreu em Palmas e foi de 19,4 °C.
As temperaturas mínimas apresentaram uma grande variação, mas, de modo geral, foram inferiores ou próximas à média histórica. Considerado todo o período do outono e inverno, agosto foi o mês mais frio, enquanto os demais meses foram considerados quentes para essas estações.
Em Jaguariaíva, no Norte do Estado, a média das temperaturas mínimas foi de 7,2 °C, a menor do Estado. Em Loanda, no Noroeste, a temperatura mínima média foi de 16,3 °C, a mais alta registrada. Em relação à média histórica, as temperaturas mínimas apresentaram desvios de -2,5º C graus e as máximas +2,5 °C.
Em agosto, ocorreram duas incursões de massas polares que provocaram geadas em grande parte do Estado, variando de fortes a fracas dependendo do local. A primeira onda de frio foi menos intensa e se deu entre os dias 9 e 14, enquanto a segunda ocorreu de 25 a 29 de agosto e foi bem intensa, especialmente no Sul do Paraná. A temperatura mais baixa registrada foi de -2,7 °C no dia 26, no município de Pinhão, na região Central do Estado.
Confira o balanço nas culturas:
MILHO 2ª SAFRA – A colheita do milho foi praticamente concluída em agosto, beneficiada pelo tempo seco. No entanto, devido a estiagem, grande parte das lavouras apresentaram produtividades abaixo da estimativa inicial. Apesar disso, os resultados foram surpreendentes, considerando as condições climáticas adversas enfrentadas ao longo do ciclo da cultura.
MILHO 1ª SAFRA – Iniciou-se a semeadura do milho 1ª safra, com 18% da área já implantada. Os agricultores relataram problemas de germinação e perdas devido às geadas.
SOJA – Alguns produtores decidiram semear a soja no final do mês, logo após as chuvas, mas a maioria está aguardando melhores condições para intensificar os trabalhos.
CAFÉ – A colheita do café avançou para 98% em agosto, beneficiada pelo tempo seco. No entanto, a estiagem e altas temperaturas durante a formação dos frutos resultaram em produtividades e rentabilidades abaixo do esperado, com grãos pequenos e leves. Além disso, o clima seco contribuiu para uma maior infestação de bicho mineiro e queda precoce das folhas.
FRUTICULTURA – A produção de laranja foi prejudicada pela estiagem, o que afetou a produtividade e causou má formação dos frutos, além de abortos de flores e frutos. A situação atual é mais severa do que em períodos anteriores de falta de chuvas. A colheita do morango também foi realizada, mas os rendimentos ficaram abaixo do esperado. Além disso, a cultura do maracujá foi impactada pelo clima atípico, com temperaturas elevadas, resultando em baixos rendimentos.
MANDIOCA – A seca provocou queda na produtividade e dificultou a colheita das raízes da mandioca.
CANA-DE-AÇÚCAR – A colheita da cana foi beneficiada pelo clima seco. Até o momento, a cultura apresentou boas produtividades; no entanto, há uma tendência de redução devido às adversidades climáticas.
PASTAGENS – As áreas de pastagens apresentaram baixa produção de massa verde. Além de terem sido afetadas pela estiagem e pelo aumento de focos de incêndio durante o inverno, parte dessas áreas também sofreu com as geadas ocorridas em agosto.
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