O programa, que antes era exclusivo para a coleta de materiais de saúde animal, vai contar agora com uma segunda fase através da coleta de resíduos agrícolas
Divulgação Capal
O Programa Descarte Certo lançou uma novidade para atender todos os produtores. Tendo em vista as demandas ambientais, a Capal irá expandir as suas coletas para uma destinação ambientalmente correta. O programa, que antes era exclusivo para a coleta de materiais relacionados à saúde animal, vai contar agora com uma segunda fase através da coleta de resíduos agrícolas e da manutenção de maquinários.
A segunda versão do Descarte Certo vai de encontro com o Programa Capal de Gestão Rural (PCGR), formado por um conjunto de atividades coordenadas para a evolução do nível de Agricultura Sustentável das fazendas dos associados, e surgiu em decorrência da quantidade de resíduos agrícolas gerados nas propriedades. Ela também atende as normas da lei 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
“É uma novidade para todos os produtores. Nós temos pouco mais de 3,6 mil associados e, até então, as coletas do programa atendiam somente os produtos voltados para a atividade da suinocultura e bovinocultura de leite e corte. Agora vamos abranger também os associados que possuem atividades agrícolas em suas propriedades”, explica a engenheira ambiental, Ana Carla Rosgoski.
Segundo ela, a partir de visitas nas propriedades, o Setor Ambiental mensurou a quantidade de resíduos agrícolas gerados nas fazendas. “Trata- se de resíduos Classe 1 – que não podem ser encaminhados para uma coleta municipal – e demandam uma coleta especializada, além de facilitar o atendimento às condicionantes de licenciamento ambiental. Então todas essas demandas nos levaram a implementar esse suporte ao produtor”, ressaltou a engenheira.
A Capal contratou empresas especializadas para fazer a coleta dos materiais conforme o cronograma estabelecido em cada unidade da Cooperativa (confira cronograma completo abaixo). Neste primeiro momento, serão recolhidos apenas os resíduos de maiores volumes como pneus, embalagens de óleo, embalagens de adubo foliar, embalagens de sabão líquido, alvejante e de água sanitária. Em um segundo momento, as coletas também irão contemplar estopas, filtros de manutenção de maquinários agrícolas, EPI’s, materiais contaminados com óleo e/ou graxa e outros resíduos gerados de forma esporádica como latas de tintas, verniz e solventes.
Importante destacar que as embalagens de agrotóxicos não entram nesse projeto e os produtores devem continuar com o fluxo de descarte que já realizam, armazenando em lugares corretos, conforme demanda a legislação, e realizando a entrega em locais autorizados.
O Diretor Comercial da Capal, Eliel Magalhães Leandro, aponta que a nova versão do Descarte Certo vem de encontro com algumas demandas do mercado de importação de produtos agrícolas do Brasil para grãos certificados.
“Começamos esse piloto na cevada porque as indústrias cervejeiras pagam um bônus através da Maltaria para quem estiver dentro da certificação. Temos várias fazendas que já atendem essa demanda do mercado e que já têm essa questão do ambientalmente correto bem definido. No entanto, a demanda é grande”, aponta.
Eliel destaca ainda que, para esse primeiro momento, será realizado um mutirão para que as propriedades que tenham grandes quantidades de descartes de materiais agrícolas possam dar a destinação correta. “Para aqueles produtores que tiverem interesse em participar, nós daremos o fluxo correto dos materiais e eles podem continuar participando para obter a certificação das suas propriedades”.
Com o avanço do programa, os produtores têm ganhos em vários aspectos como, por exemplo, um time todo de funcionários das propriedades dentro das regras, além de treinamentos e instruções de como atender a legislação. “É mais um avanço da Cooperativa que vem trabalhando fortemente nessa pauta da sigla ESG e o programa é mais um resultado desse trabalho. O nosso cooperado é a extensão da Cooperativa e nós precisamos que os produtores tenham esse mesmo engajamento da questão ambiental e social correta”, finalizou o diretor.
Fundada em 1960, a CAPAL conta atualmente com mais de 3,6 mil associados, distribuídos em 21 unidades de negócios, nos estados do Paraná e São Paulo. A cadeia agrícola responde por cerca de 65% das operações da cooperativa, produzindo mais de 862 mil toneladas de grãos por ano, com destaque para soja, trigo, milho e café. A área agrícola assistida ultrapassa os 173 mil hectares. O volume de leite negociado mensalmente é de 12 milhões de litros, proveniente de 270 produtores. Além disso, a cooperativa comercializa 31 mil toneladas de suínos vivos ao ano.
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