" class="media-object img-responsive img-thumbnail" />





ESTES ARTISTAS LHES REPRESENTAM? MINISTÉRIO DA CULTURA COMO O "GANHA PÃO" DOS MILIONÁRIOS? E O BRASIL?

Um Governo que cede a pressões e ocupa-se em agradar à todos não governa. O Governo deve ter responsabilidade não em manter privilégios, mas com eficiência administrar o país elegendo prioridades segundo as balizas constitucionais.
Artistas ("bolivarianos") saindo às ruas, conclamando pronunciamentos em TV, rádio e internet e shows na luta pela melhoria das condições básico-fundamentais do nosso país! Não, ledo engano...

A grande questão artística na atualidade amesquinha-se na criação do MEC (Ministério da Educação e Cultura) a partir da "extinção" do Ministério da Cultura. Em verdade a cultura permanece com status de ministério, vale esclarecer, novamente muito bem acompanhada da educação. Mas até que momento será preciso soletrar que o país está quebrado, insolvente e que é preciso o sangramento de todos os setores e atores sociais de parcela de suas cotas-parte para enxugar a máquina do Estado e o país poder voltar a honrar os seus compromissos e assim alcançar a credibilidade de outrora e encontrar novamente meios para crescer, gerar empregos e retornar com dignidades? E por que não alcançar parcela do crescimento das grandes fortunas dos artistas ou mesmo daqueles que ainda não a alcançaram, mas possuem suas competentes artes para negociarem? A busca pela eficiência administrativa deve ser perseguida nos termos constitucionais, quando consabido pela boa prática administrativa que quando maior a máquina, maior o número de ministérios mais difícil o controle da eficiência:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...).

Será que hoje deve ser priorizado o patrocínio público de shows artísticos ou o pagamento dos servidores do Estado, de aposentados, a compra de leitos hospitalares, medicamentos imprescindíveis para viabilizar vidas? Faz alguns anos que os doentes de câncer, por exemplo, não possuem aparelhos para quimioterapia em hospitais de referência como o INCA, quando os poucos em condições de uso no país parecem ocupados por políticos e celebridades, para estes não há fila ou impossibilidades.

Parte de nossos "artistas", que já adeptos em grande parcela do governo PT que os enchia de dinheiro público via Lei Rouanet. Onde estão de fato os "grandes artistas" que procuravam incentivo da iniciativa privada por suas competências para patrociná-los e assim não onerar o orçamento público, quando um contratado showzinho na praia saem milhões dos cofres públicos para seus cofres privados. Quando a Lei Rouanet patrocina não apenas shows, mas CDs e DVDs de artistas escolhidos a dedo por suas identidades ideológicas e comprometimento com a causa.

"Artistas" que passaram a lutar pela manutenção de seus ganhos desproporcionais que sangram o orçamento público conscientes que pessoas morrem por falta de assistência médica digna, que pessoas não entendem o que leem (analfabetos funcionais) fruto de ausência de um efetivo Estado na educação, que o país quebrou e a segurança pública mais se fragilizou (vide falência das UPPs no RJ).

Nossos "artistas" passam uma mensagem "altruísta" (só que não), mensagem que ignora objetivos da República Federativa do Brasil como é a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e mesmo o fundamento maior da Constituição que é a manutenção da dignidade humana. Aplica-se o ditado: "farinha pouca meu pirão primeiro".


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

(...)

III - a dignidade da pessoa humana;

(...)

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

(...)

Artistas devem vender a qualidade de suas artes e não receberem "doações de verbas públicas" que melhor seriam aplicadas na solvências dos direitos fundamentais do cidadão tratado com indignidade. Deveríamos priorizar salvar uma vida que patrocinar um espetáculo grandioso que via de regra acaba restrito a parcela da sociedade que já possui plano de saúde e dental, ostentam em belos carros e e moram em luxuosos condomínios fechados.

Enfim, a extinção do Ministério da Cultura e a criação do Ministério da Educação e da Cultura é apenas uma das atuação de um governo que precisa de fato ser de salvação, quando o Estado precisa reduzir o seu tamanho, os seus gastos, à começar elegendo prioridades e o que não é prioridade para este momento de profunda crise. "Mais do que nunca na história desta país" é preciso finalizar com as ostentações com o dinheiro público, com o mau gasto do dinheiro que não pertence ao governante, mas ao povo, quando este possui apenas competência para geri-lo nos lindes dispostos pela Constituição de 1988 sempre em uma ordem prioritária de prestações para que não nos afastemos do mínimo essencial, núcleo essencial dos direitos fundamentais.

Os valores exorbitantes destinados nos últimos anos para cultura, em especial às "grande estrelas" que hoje lutam para que a grandiosidade de suas riquezas continuem em um crescente desproporcional, ainda que em detrimento do povo necessitado, hipossuficiente das condições básicas para uma vida digna, precisa ser de fato racionalizado por "questões humanitárias" maiores.

Não tocaríamos neste ponto, mas optamos por ao menos lembrar. Artistas protegidos pelo governo ainda acabam contratados sem processo de licitação. Assim Lei 8666/93:


Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

(...)

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

Sem generalizarmos uma excelente maneira de viabilizar "ganhos extras" para o agente politico contratante e o artista contratado com ampla margem para negociarem, uma prática de desvio de verba pública que a muitos enriquecem, mas que a referida lei permite os abusos, afinal para a arte cada um tem o seu preço e a expressão "consagrado pela crítica" tem cabida um enorme potencial de subjetividade que facilita as partes contratantes para o conluio, o mutuo benefício... Imaginamos nesta senda, que muitas das celebridades em protesto não perderão seus status na sociedade a partir das consequências do ato de Michel Temer.

Para a arte feita com competência sempre haverá patrocínios ainda que se necessite de um maior esforço para angaria-los não mais recebidos em troca de apoio político. Nossa classe artística tão voltada para as ideias populistas de um governo que os enchia de privilégios parece não estar disposta a solidarizar-se com o país, com os anseios mais prementes do seu povo se lhe custar a privação de parcela do erário público.

Estamos assistindo apresentações artísticas após o anúncio da junção dos ministérios da educação e da cultura (o que por si só já deveria representar motivo de orgulho para a classe artística por voltar a dividir holofotes com uma pasta tão nobre e fundamental como é a educação) de uma pobreza de conteúdo político-espiritual que longe de revelar-se digna de aplausos nos faz virar de costas em protesto.

Finalizamos firmando que é preciso a feitura de uma releitura da Lei Rouanet mais aproximada com a realidade presente do nosso país. Hoje na "política do pão e circo" o Brasil precisa mais de "pão" que "circo".

Professor constitucionalista

Postar um comentário

0 Comentários

CONSTRÓI MATERIAIS E SERVIÇOS PARA CONSTRUÇÃO











ARAPOTI WEATHER