
A projeção aponta para estabilidade na área em relação à safra anterior (2015/2016), mas com rendimento menor, impactado pela renovação das plantas, pelo clima e a própria readequação dos produtores ao mercado, de acordo com o economista Disonei Zampieri, especialista na área no Deral. A produção na safra 2015/2016 havia ficado em 50,8 milhões de toneladas, praticamente estável em relação ao período anterior (2014/2015). A colheita vai de abril desse ano até março de 2017.
A área estimada para a safra atual é de 610 mil a 621,8 mil hectares, com um rendimento de 72 mil a 74,5 mil quilos por hectare. A produção de açúcar deve ficar entre 2,89 milhões de toneladas e 3,26 milhões de toneladas. A produção de álcool deve ficar entre 1,65 bilhão de litros e 1,67 bilhão de litros.
O Paraná deve permanecer como o quinto maior produtor de cana, terceiro de açúcar e quinto de álcool. Mais da metade da cana colhida é transformada em açúcar (52%) e 48% em álcool.
O setor sucroalcooleiro no Estado tem 25 usinas em operação e emprega cerca de 55 mil pessoas (incluindo os temporários contratados no período da colheita). As regiões de Umuarama, Paranavaí, Maringá e Jacarezinho concentram a produção no Estado.
ALCOPAR - De acordo com o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), Miguel Tranin, o ano de 2016 começou atípico, com um ritmo de moagem acelerado no primeiro trimestre, quando tradicionalmente as usinas reduzem o movimento à espera da safra nova.
Em março, o setor bateu recorde no Paraná, com o processamento de 3,081 milhões de toneladas de cana. Tranin explica que, devido às chuvas, o volume de moagem no fim do ano passado estava abaixo do esperado, com 39 milhões de toneladas.
“As usinas, então, aproveitaram o início do ano para fazer a moagem. Com isso, não teremos a cana bisada, que é a cana-de-açúcar proveniente da safra anterior que é processada no ano seguinte, para ser computada no período 2016/2017”, diz Miguel Tranin. A previsão da Alcopar é de uma produção próxima da registrada na safra anterior, com 43 milhões de toneladas de cana, diferente da estimativa da Secretaria estadual da Agricultura (de 44 a 46 milhões).
O setor ainda sente os efeitos da crise econômica mundial de 2008 e da mudança de estratégia do governo federal, que passou a concentrar investimentos no pré-sal. Com a falta de estímulo, as usinas deixaram de investir na ampliação da área e da produção.
Para Tranin, 2016 ainda será um ano de desafios, mas as perspectivas são mais otimistas. “A nossa expectativa é de uma melhora a partir de 2017, principalmente nos preços e na rentabilidade da atividade”, diz. O consumo de etanol vem batendo recorde. No ano passado, as vendas no Brasil totalizaram 17,8 bilhões de litros, o que representou uma alta de 38% sobre os números de 2014.
De acordo com Tranin, a previsão é de uma melhora também dos preços internacionais do açúcar com a perspectiva de redução dos estoques mundiais e uma menor participação de grandes produtores, como Índia e Tailândia, no mercado global.
0 Comentários
Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Emoji