
A produção de pescados no Estado somou 90 mil toneladas no ano passado, 18% acima do volume registrado em 2014. Se confirmado, o avanço de 22% previsto para o Paraná em 2016 será o maior do País. Para o Brasil a previsão é que a produção de pescados cresça 15% nesse ano.
O cultivo de peixe no Paraná, concentrado na região Oeste, é fonte de renda de pequenos produtores, que investem principalmente na criação de tilápia. “A piscicultura ainda é uma atividade pequena no Estado, mas que está em franco desenvolvimento. O movimento começou com o advento dos pesque-pague na década de 1990 e, depois, com campanhas de fomento e investimentos em abatedouros”, diz Edmar Gervásio, técnico do Deral responsável pelos estudos no setor.
Maior produtor do Estado, o município de Maripá, na região Oeste, aumentou em 27% a produção de peixes em 2015, para 6,65 mil toneladas. Atualmente são 89 famílias envolvidas diretamente com a atividade. O principal destino dos peixes são os cerca de 18 frigoríficos de pequeno, médio e grande porte em atividade na região, que compram 80% da produção dos piscicultores. Os 20% restantes são vendidos para outros Estados, como São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
“A produção cresce com a combinação da boa rentabilidade da atividade nos últimos anos com a expansão dos abatedouros”, diz Cesar Ziliotto, chefe do Instituto Emater em Maripá. A empresa de assistência vem trabalhando com os piscicultures para aprimorar a tecnologia de produção, com acompanhamento dos custos e construção dos viveiros. O apoio técnico tem garantido maior produtividade. “Há potencial para a região dobrar a produção nos próximos cinco anos”, diz.
A C.Vale, de Palotina, prepara sua estreia no setor e iniciou a construção de um abatedouro de peixes com recursos de R$ 80 milhões. A cooperativa vai processar, inicialmente, 50 toneladas por dia. O complexo, que deve ser inaugurado no primeiro trimestre de 2017, vai ficar junto ao parque avícola da cooperativa e gerar 250 empregos diretos.

“Hoje a renda está pior por conta dos preços da ração. Mas os investimentos que as cooperativas estão fazendo vão trazer novas tecnologias e aumentar a produção nos tanques”, diz ele, que produz 150 toneladas de peixe por ano. Toda a produção tem como destino um frigorífico em Nova Prata do Iguaçu, a 176 quilômetros de Maripá.
Preço incentivou expansão nos últimos anos

O aumento dos preços de insumos, como energia e rações, diminuiu a rentabilidade média dos piscicultures de Maripá de 25% a 30% para entre 15% e 20%, de acordo com Ziliotto, da Emater. “Houve perda de rentabilidade, mas ainda assim a atividade é lucrativa para quem tem alta produtividade”, diz.
O consumo de peixe vem crescendo no Brasil e hoje está próximo de nove quilos por ano, mas ainda está abaixo dos 12 quilos por ano recomendados pela FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
A piscicultura no Estado gera um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 425,6 milhões por ano, de acordo com dados mais recentes do Deral, referentes a 2014. O núcleo de Toledo, que reúne 21 municípios da região Oeste, responde por 33% desse valor, seguido por Paranaguá, com 21%, e Cascavel, com 14,1%.
Além dos peixes, o Paraná produz, em média, 169 mil dúzias ostras, 196 mil dúzias de caranguejos e 3,65 milhões de unidades de peixes ornamentais por ano. A tilápia, espécie originária de Ásia, representa 74% da produção de pescados no Paraná.
Produção avança no reservatório de Itaipu

A liberação era um pleito antigo dos pescadores da região que, até então, só podiam cultivar espécies nativas do Rio Paraná, como o pacu. O projeto, de acordo com a empresa, envolve diretamente 63 pescadores e a Comunidade Indígena Ocoy, onde residem 153 famílias.
De acordo com o engenheiro agrônomo Irineu Motter, 50% da produção já é de tilápia nos reservatórios. O Ministério da Pesca e Aquicultura liberou 60 títulos de cessão de uso para pescadores artesanais nos parques aquícolas São Francisco Verdadeiro, São Francisco Falso e Ocoi. Cada título pode produzir 40 toneladas por ano de pescado e, juntos, poderão produzir até 2.400 toneladas por ano. De acordo com Motter, há muito espaço para explorar a piscicultura no reservatório. A produção atual, por meio de cultivo, é de 140 toneladas por ano de pescado.
Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em: http:///www.facebook.com/governopr ewww.pr.gov.br
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